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Júlio Pomar

Júlio Pomar

Júlio Artur da Silva Pomar (Lisboa, 10 de janeiro de 1926) é um artista plástico/pintor português. Pertence à 3ª geração de pintores modernistas portugueses, sendo autor de uma obra multifacetada, centrada na pintura, desenho, cerâmica e gravura, com importantes desenvolvimentos nos domínios da tridimensão (escultura; assemblage) ou da escrita.

Os primeiros anos da sua carreira estão ligados à resistência contra o regime do Estado Novo e à afirmação do movimento neorrealista em Portugal, marcando a especificidade deste no contexto europeu. Teve uma ação artística e cívica intensa ao longo das décadas de 1940 e 1950 e é consensualmente considerado o mais destacado dos cultores do neorrealismo nacional.

Começa a distanciar-se do ativismo político e do idioma figurativo inicial na segunda metade da década de 1950 e, em 1963, radica-se em Paris. Sem nunca abandonar o pendor figurativo, liberta-se do compromisso neorrealista, enveredando pela "exploração de práticas pictóricas diversas que o centrarão na pintura enquanto tal, interrogando as suas formas, composições e processos, pintando das mais variadas maneiras na exploração ou na recusa das possibilidades que o seu tempo lhe abriu".

Ao longo das últimas quatro décadas tem abordado uma grande variedade de universos temáticos, da reflexão autorreferencial ao erotismo, do retrato às alusões literárias e matéria mitológica. E do ponto de vista formal encontramos idêntica riqueza de meios e soluções. "A obra de Júlio Pomar constrói sucessivas cadeias de relações formais e semânticas entre os diferentes materiais, processos e técnicas".

Grandes exposições realizadas nas últimas décadas (Fundação Calouste Gulbenkian; Museu de Arte Contemporânea de Serralves; Sintra Museu de Arte Moderna – Coleção Berardo; museus de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília; etc.) consagraram a sua obra, que se destaca como uma das mais significativas expressões da criação artística portuguesa contemporânea.

Júlio Pomar nasceu em 1926, em Lisboa, cidade onde frequentou a Escola António Arroio. Inscreveu-se na Escola de Belas-Artes de Lisboa em 1942. Nesse mesmo ano, em associação com ex-colegas da António Arroio, aluga um quarto na Rua das Flores onde instala ateliê e que servirá de improvisado local para uma exposição de grupo, a primeira em que participa (com Fernando Azevedo, Pedro Oom, Marcelino Vespeira e José Maria Gomes Pereira). A mostra é visitada por personalidades de relevo do mundo das artes entre as quais António Dacosta, Diogo de Macedo, Reinaldo dos Santos e Almada Negreiros (que lhe adquire uma pintura, hoje desaparecida, Saltimbancos).

Descontente com a Escola de Lisboa, em 1944 transfere-se para a Escola de Belas-Artes do Porto, que abandonará em definitivo dois anos mais tarde na sequência de um processo disciplinar. Participa nas Exposições Independentes (Porto e Coimbra, 1944; Lisboa, 1945), dinamizadas por Fernando Lanhas, com quem estabelece uma "estreita relação de cumplicidade".

Entre Junho e Outubro de 1945 dirige a página semanal de arte do diário A Tarde (Porto), onde divulga o trabalho dos muralistas mexicanos (corrente onde se incluem Orozco e Siqueiros), do regionalista norte-americano Thomas Hart Benton, de Grosz ou Portinari, todos eles figuras de referência do neorrealismo nacional emergente.

Nos anos que se seguem colabora com críticas e textos de intervenção estética em revistas como Mundo Literário (1946-1948), Seara Nova, Vértice, Horizonte, etc. Embora afirmando a necessária independência da criação artística, em muitos desses textos irá associar o trabalho de pintor ao combate político, dando prioridade à defesa da responsabilidade social do artista na criação de uma arte acessível e interveniente. Data de 1945 a sua filiação nas Juventudes Comunistas, ilegais (abandonaria o PCP anos mais tarde, de forma gradual).

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