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Menez

Maria Inês Ribeiro da Fonseca

Maria Inês da Silva Carmona Ribeiro da Fonseca, de seu nome artístico Menez GOSE (Lisboa, 6 de Setembro de 1926 — 11 de Abril de 1995), foi uma pintora portuguesa.

Neta materna do general Óscar Carmona e de sua mulher Maria do Carmo Ferreira da Silva Carmona, teve uma infância cosmopolita, tendo vivido em Buenos Aires, Estocolmo, Paris, Suíça, Roma, Washington, DC e Lisboa, acompanhando as deambulações diplomáticas da família. Regressa a Portugal em 1951.

Menez nunca frequentou qualquer escola de arte. "Se o desenho fazia parte dos afazeres de uma menina prendada que nunca foi à escola («tive umas vagas lições de pintura»), é como autodidacta que descobre e se dedica à pintura" . Começa a pintar apenas aos 26 anos de idade por iniciativa própria. Além de pintura, realizaria ainda trabalhos de cerâmica, gravura e serigrafia.

A sua primeira exposição, na Galeria de Março, Lisboa (1954), "constituiu uma autêntica revelação" . Com uma carreira artística condicionada por questões de ordem familiar (infância dos filhos; morte prematura dos dois mais velhos em 1976 e 1977), "Menez foi […] apresentando sucessivas exposições individuais, com demorados intervalos, numa presença íntima e discreta" . Expôs individualmente na Galeria Pórtico (1958); Galeria Diário de Notícias, Lisboa (1959, 61, 63); Galeria Divulgação, Lisboa (1964); Galeria 111, Lisboa (1966, 81, 85, 87, 90, 94); SNBA, Lisboa (1966); Galeria Judite Dacruz, Lisboa (1972); Galeria Quadrum, Lisboa (1977); Centro Cultural Português, FCG, Paris (1977); Galeria Zen, Porto (1981, 83, 89); Galeria Gilde, Guimarães (1988).

Foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian no país (1960), e em Londres (1965-1969). Apresentou trabalhos em inúmeras exposições colectivas, nomeadamente na II Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian (1961), onde ganhou o segundo Prémio de Pintura.

Em 1990 o Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian apresentou uma exposição antológica da sua obra . Nesse mesmo ano foi-lhe atribuído o Prémio Pessoa.

A 9 de Junho de 1995 foi feita Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada a título póstumo.

A sensibilidade poética das primeiras pinturas de Menez é reveladora da influência da Escola de Paris , da sua adesão a um tipo de abstração (abstracionismo lírico) que marcou a época. Lidando com um universo de sugestões múltiplas, "as suas imagens são uma encantação do desconhecido e têm em si suspenso o reflexo duma profundidade inomeada e oculta. […] Um por um cada quadro cria uma atmosfera que é como um habitat de seres e de histórias indefiníveis e fantásticas" cuja "existência concreta procura num espelho a imagem abstrata da sua essencialidade" .

No final da década de 1950 a ambiguidade figuração/abstracção das suas atmosferas cromáticas adquire novos contornos, numa visão neo-impressionista que articula a sugestão de espaços interiores, "objectos oscilando na luz que entra por janelas imaginárias, […] interiores de ateliês ou de salas" que logo se abrem ao exterior, num jogo dinâmico entre "valores centrípetos e centrífugos do espaço natural da paisagem e do interior" . Numa explosão de cor e luz que se prolongará ao longo dos anos, Menez trabalha "uma harmonia de desarmonias ousadas com o cintilar da cor em pequenos incêndios de almofadas, tapetes, brocados, objetos nunca percetíveis como tais" . Os anos de 1960 são marcados pela estadia em Londres e por uma breve contaminação do idioma pop. Embora de forma subtil, sem entrar em rutura com a sua obra anterior, vemo-la assimilar elementos dessa linguagem em pinturas onde quase afirma objectos ou personagens. "As formas tomam contornos inesperados, anamorfizam-se, tornam-se objetos vivos e sem caracterização identificadora. Dotados de uma energia física incontrolada parecem crescer a partir de valores opostos, escalas de contrastes" . Menez nomeia algumas destas pinturas (atitude invulgar numa obra onde predominam os trabalhos sem título); é o que acontece em Henrique VIII, 1966, que lhe serve de pretexto para a criação de um "espetáculo de cores luxuriantes numa pintura de desenho orgânico, no seu simulacro de vestes ricas, de drapejados, de corpos sensuais" .

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