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Helena Almeida

Maria Helena de Castro Neves de Almeida

Helena Almeida (Lisboa, 1934 — ), é uma artista plástica portuguesa.

Helena Almeida iniciou a sua carreira no final da década de 1960 e é uma figura incontornável no panorama artístico português contemporâneo. Autora de uma obra multifacetada, sintonizada com as práticas artísticas mais avançadas da época, viria a centrar-se num território onde o seu próprio corpo é elemento nuclear. Uma grande retrospetiva da sua obra, intitulada "A minha obra é o meu corpo, o meu corpo é a minha obra", foi exposta no Museu de Serralves, Porto (2015), e em Paris (2016) e Bruxelas. Em 2018 está em destaque na Tate Modern, em Londres, num espaço focado na relação entre o indivíduo e a obra da arte; é apresentada a peça em fotografia “Tela Habitada” e a série “Desenho (com pigmento)”.

Filha do escultor Leopoldo de Almeida (1898 - 1975) Helena Almeida nasce em Lisboa em 1934. Em 1955 termina o curso de pintura da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa; já então casada com o arquiteto Artur Rosa e mãe de dois filhos, irá dedicar os anos imediatos às tarefas familiares. Em 1964 obtém uma bolsa de estudos e desloca-se a Paris.

Expõe individualmente pela primeira vez em 1967 (Galeria Buchholz, Lisboa), apresentando trabalhos que revelam já alguns traços da obra futura; nessas suas pinturas tridimensionais, inverte as componentes físicas da pintura ("o que estava virado para a frente era o gradeamento e a estrutura de madeira"), adicionando-lhes uma série de elementos tridimensionais (estore; portada). Estamos assim, desde o início, perante um exercício crítico através do qual "desmonta a estrutura lógica e a perceção da pintura".

Informado pelos princípios da arte concetual, esse exercício crítico irá extravasar para além do território restrito da pintura e do desenho, realizando-se numa prática multidisciplinar articulada primeiramente com o suporte fotográfico (segundo João Pinharanda, "a fotografia é a placa central do seu discurso"), mas que se cruza identicamente com a performance e a escultura.

A partir de 1969 Helena Almeida define um novo aspeto nuclear da sua obra, o desejo de autorrepresentação, "o desejo de que a pintura e o desenho se tornem corpo, de que se anule a distância entre corpo e obra". No início da década de 1970 interroga o desenho, que se torna em balão de ensaio do que estava para vir. A utilização de fio de crina permite-lhe "tornar o traço tridimensional e fazer com que o desenho salte do papel, se autonomize da superfície". O questionamento estende-se depois à pintura, materializada agora através de manchas azuis ou vermelhas que se independentizam, preenchendo a boca, espalhando-se (ou sendo espalhadas) pelas mãos… Nas suas Pinturas habitadas de 1975-77 a pintura "agarra-se com as mãos, entra pela boca ou derrama-se numa lágrima. Em 1976 a artista afirmava: «creio estar perto da verdade se disser que pinto a pintura e desenho o desenho»".

A partir de 1975 fotografia, pintura e desenho conjugam-se numa prática artística que se constrói "nos limiares de todas essas disciplinas, criando a sua própria linguagem e com o corpo da artista como primeiro suporte de intervenção plástica". No entanto em nenhum caso poderá falar-se de autorretrato – estas obras "nada nos dizem sobre o corpo concreto ou a natureza psicológica da artista" –, nem de teatralização ou encenação de outros personagens.

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