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Emmerico Nunes

Emmerico Hartwich Nunes

Emmerico Hartwich Nunes (Lisboa, 6 de Janeiro de 1888 — 18 de Janeiro de 1968), foi um pintor, ilustrador e caricaturista português. Pertence à primeira geração de artistas modernistas portugueses.

De ascendência portuguesa (pela parte do pai) e alemã (pela parte da mãe), a sua vida e obra seriam "fortemente marcadas pela sua condição de artista entre duas pátrias".

Parte para Paris em 1906 (onde permanece até 1911), depois para Munique (1911-1914), tornando-se colaborador da revista semanal Meggendorfer Blätter. Após a eclosão da 1ª Guerra Mundial fixa residência em Zurique (1914-1918). Realiza exposições individuais na Suiça e em Lisboa e mantém a colaboração com a revista alemã. Regressa a Portugal em 1918. Torna-se colaborador efetivo da revista semanal Fliegende Blätter (1919-1936); colabora nas revistas espanholas Buen Humor, Esfera e Mundo Gráfico (1920-1936). Em Portugal, a partir da década de 1920, colabora em revistas como: ABC; ABC-zinho; Ilustração (iniciada em 1926); Magazine Bertrand; O riso d'a vitória (1919-); Panorama (revista portuguesa de arte e turismo).

Pintor, desenhador publicitário, ilustrador e restaurador de pinturas, é acima de tudo como desenhador humorista que se notabiliza, tendo exposto nas Exposições dos Humoristas entre 1912 e 1924. Para além de centenas de desenhos humorísticos publicados em periódicos alemães, suíços, holandeses, espanhóis e portugueses, a sua obra obra inclui uma importante produção de pintura (retrato, auto-retrato, paisagem).

Expõe nas exposições da Sociedade Nacional de Belas Artes entre 1910 e 1956, tendo ganho a 1ª Medalha de caricatura em 1910 e a 2ª Medalha de pintura em 1917. Participa nas Exposições de Arte Moderna do S.P.N./S.N.I. de 1935 a 1951.

Entre 1937 e 1939 integra, juntamente com Bernardo Marques, Carlos Botelho, Fred Kradolfer, Thomaz de Mello e José Rocha, a equipa de decoradores do S.P.N. (Secretariado de Propaganda Nacional) encarregues da realização dos pavilhões de Portugal nas exposições de Paris, Nova Iorque e S. Francisco (Exposição Internacional de Artes e Técnicas, Paris, 1937; Feira Mundial de Nova Iorque, 1939; Exposição Internacional de S. Francisco, Califórnia, 1939). Participa na decoração da Exposição do Mundo Português, 1940, sendo agraciado com a comenda do Oficialato da Ordem de Cristo.

Em 1972 a sua obra multifacetada foi apresentada no Secretariado Nacional de Informação, Lisboa.

Em 2013 o Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão apresenta a exposição A obra perdida de Emmerico Nunes, que permite mostrar, pela primeira vez, um conjunto coerente da sua colaboração para o periódico alemão Meggendorfer Blätter.

Morre em 1968, depois de ter vivido grande parte da sua vida em Sines, no Alentejo.

Embora de maneira secundária, "Emmerico Nunes ficou [...] ligado aos primórdios e à evolução do modernismo português e definindo, de certo modo, uma faceta do seu [...] ecletismo, nos anos 20 e 30, especialmente".

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