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Início do Renascimento

Movimento Artístico

O termo Renascimento significa nascer de novo, renascer. Foi inventado por um grupo de intelectuais do século XIX, para marcar um período de ampla realização cultural de três séculos, nascido na Itália do século XV, em particular na cidade de Florença. O primeiro período de implantação da nova cultura renascentista estende-se ao longo do século XV e coexiste com o estilo gótico tardio, fazendo-o evoluir em muitos aspetos. Este período é chamado de Primeira Renascença - como precedendo o período posterior da Alta Renascença.

No século XV, a cultura e a arte na Itália eram muito heterogéneas, discrepantes nas diferentes áreas geográficas. Até a primeira metade do século XV, a cultura gótica tardia permaneceu forte e viva nas regiões do norte e sul. Entretanto, em Florença, a partir da 2ª década do século, deu-se a transformação do Renascimento, espalhando-se por toda a Toscana e depois pelas regiões centro-sul da Itália. No norte da Itália, a influência do Renascimento veio um pouco mais tarde; ali permaneceu uma cultura ligada ao gótico internacional até o final do século XV.

A grande revolução deste momento histórico está ligada à visão moderna do homem e o seu papel na história. A ideia de renascimento está no cerne de todas as áreas e protagonistas culturais do Renascimento. Artistas, estudiosos, cientistas, filósofos, arquitetos e governantes acreditavam que o caminho para a grandeza e a iluminação era através do estudo da Idade de Ouro dos antigos gregos e romanos. Eles foram inspirados pelo Humanismo, a doutrina filosófica que colocava o Homem no centro da criação, como o ponto mais alto do universo visível. Dotado de razão e afeto, o Homem é capaz de manipular a realidade de acordo com a sua necessidade; ele pode criar beleza e compreender os seus significados. Os intelectuais do Renascimento admiraram as tradições literárias e filosóficas, bem como as realizações artísticas e de engenharia da antiguidade greco-romana. Lá eles tentaram redescobrir o nascimento do grande pensamento humano e das artes.

Giorgio Vasari, que viveu no século XVI, foi o primeiro crítico e historiador da arte. Já nessa época, ele conseguiu captar as características deste período, que era diferente da Idade Média. Segundo a sua ideia, desde o início do século XIII na Itália, a arte começou a conquistar o realismo perdido, voltando a ser "imitadora da natureza" como na antiguidade clássica. Ao longo dos séculos seguintes, a arte foi "renascida", desenvolvendo-se desde a "infância" do século XIV, passando pela "juventude" do século XV, até atingir o seu auge na "maturidade" do século XVI.

O início deste novo período artístico é identificado em Giotto, que no século XIV, com a uma visão espiritual e alegre, representou os perfis das figuras, as expressões dos rostos, as atitudes dos corpos e o vislumbre dos volumes, como podemos ver no Ciclo de frescos da Vida de São Francisco, na Basílica Superior de Assis (1292-96).

Com o século XV, período da Primeira Renascença, as invenções de Giotto desenvolveram-se e juntaram-se à força vital do Humanismo, graças ao arquiteto Filippo Brunelleschi, ao escultor Donatello e ao pintor Masaccio. São reconhecidas como as obras de arte que marcaram uma viragem na cultura ocidental, a Cúpula da Catedral de Florença (1420-1471) projetada e construída por Brunelleschi, o David de Donatello (1440 c.) em bronze, e os frescos da Capela Brancacci (1424-1428) de Masaccio, com as Histórias de São Pedro. Estas obras-primas, pela primeira vez desde a arte clássica, refletiam uma conceção racional do homem e do espaço - em oposição à conceção religiosa da arte gótica.

escrito por Maddalena Mongera
traduzido por Delfim Rodrigues


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