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Alberto Carneiro

Alberto Carneiro

Alberto Carneiro (São Mamede do Coronado, Santo Tirso, 20 de setembro de 1937 — Porto, 15 de abril de 2017) foi um artista plástico e escultor português.

Foi um dos mais importantes escultores portugueses, "autor de um corpo de obra em que arte e vida são indissociáveis e dotado de uma voz única em que a ruralidade e a proximidade à natureza, [...] se aliava ao seu estudo e profundo envolvimento com a filosofia oriental".

Nasce em Coronado, Douro Litoral, em 1937. Entre 1947 e 1958 trabalha em oficinas de arte religiosa da sua terra, iniciando-se nas tecnologias da madeira, da pedra e do marfim. Frequenta o ensino secundário na Escola de Artes Decorativas Soares dos Reis, Porto, e na Escola António Arroio, Lisboa.

Em 1961 inscreve-se no curso de escultura da ESBAP, que termina em 1967. No ano seguinte parte para Londres como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian para frequentar a Saint Martin's School of Art (1968-1970), onde é aluno de Anthony Caro e Philip King.

Em Londres contacta com as novas tendências artísticas emergentes no final da década de 1960, nomeadamente com a arte minimal e concetual britânicas. A partir daí desenvolve projetos inovadores para o contexto português, entre os quais O canavial: memória metamorfose de um corpo ausente (1968) e Uma floresta para os teus sonhos (1970), onde se aproxima da Land Art, revelando uma "atenção especial aos valores de uma arte de «envolvimento», que abandona a primazia do trabalho manual para considerar o projeto conceptual, numa progressiva desmaterialização da obra de arte. Esta visão antropológica da criatividade artística combina-se com uma aproximação às filosofias orientais da essência e da natureza (budismo zen, tantrismo) e levam-no a elaborar o Manifesto de Arte Ecológica (1968-72) que repudia o dualismo ocidental sensualidade/espiritualidade e promove a reabilitação das coisas mais simples no significar da comunicação estética" .

Em 1977 participa na exposição Alternativa Zero, onde se fez "o primeiro balanço dos trabalhos que em Portugal tomaram como referência as atitudes conceptuais e congéneres".

"Para além da sua obra plástica, há que referir os seus inúmeros escritos que são um contributo decisivo para o entendimento de uma das obras mais radicalmente genuínas da arte contemporânea portuguesa, onde natureza, arte e corpo confluem num discurso simultaneamente universal e pessoal".

Entre 1972 e 1976 leciona no curso de escultura da ESBAP; de 1972 a 1985 é responsável pela orientação artística e pedagógica do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC); leciona na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (1985-1994).

Alberto Carneiro realizou múltiplas mostras individuais e participou em exposições de vulto, entre as quais a Bienal de Veneza (1976) e a Bienal de S. Paulo (1977). A sua obra foi alvo de quatro importantes exposições antológicas: Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, e Casa de Serralves, Porto (1991); Museu Machado de Castro, Coimbra (2000); Centro Galego de Arte Contemporânea, Santiago de Compostela (2001); Museu de Arte Contemporânea do Funchal (2003). No Museu do Côa, uma das salas de exposição permanente apresenta a escultura "Árvore-Mandala para os gravadores do Vale do Côa".

Entre as distinções que lhe foram atribuídas incluem-se o Prémio Nacional de Escultura (1968) e o Prémio Nacional de Artes Plásticas da AICA (1985). Em 2013 o Museu de Arte Contemporânea de Serralves apresentou a exposição Alberto Carneiro: Arte Vida / Vida Arte - revelações de energias e movimentos da matéria. Para o escultor, esta exposição é um manifesto "cuja ideia central é a demonstração de que a arte é o artista e também o espectador. [...] A mostra é composta, na sua maioria, por obras inéditas criadas a partir de raízes e troncos de laranjeiras, oliveiras, bambus e vides, sempre acompanhadas de vidros ou espelhos com textos que, para além de realçarem a importância da palavra na obra de Alberto Carneiro, envolvem o espectador através do seu reflexo".

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