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António Areal

António Santiago Gonçalves Areal e Silva

António Santiago Gonçalves Areal e Silva (Porto, 1934 — Lisboa, 1978) foi um artista plástico e pintor português.

Com uma obra e uma vida relativamente curtas, António Areal destaca-se no panorama da arte portuguesa da segunda metade do século XX como figura charneira na transição do surrealismo ortodoxo para o gestualismo e, depois, para um novo tipo de figuração em ligação crítica com a arte Pop e o Nouveau réalisme. É o pai da artista plástica Sofia Areal.

Desde pequeno sofre de grave insuficiência cardíaca, o que irá condicionar toda a sua vida, limitando as suas capacidades físicas. Areal não conclui o ensino secundário nem realiza qualquer preparação artística especializada. A sua formação autodidata fica marcada por interesses literários e filosóficos, influenciando o modo como a sua carreira como artista plástico se desenrolará em paralelo com um longo e diversificado trabalho de reflexão teórica.

Em 1954 participa em exposições coletivas e em 1956 expõe individualmente pela primeira vez. Em 1957, quando conta apenas 23 anos de idade, é-lhe atribuído o prémio de desenho na I Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa. Na sequência desta distinção, em 1960 recebe uma bolsa de estudo, partindo no ano seguinte para S. Paulo, onde reside até 1962. O ano de 1964 marca uma intensificação da sua atividade artística. Em 1965 recebe o Prémio de Pintura da Casa da Imprensa e em 1967 é um dos representantes de Portugal na IX Bienal de S. Paulo. No ano seguinte recebe o Prémio de Desenho no 3º Salão Nacional de Arte Moderna, organizado pelo SNI.

No início da década de 1970 António Areal realiza diversas mostras individuais, mas a sua intervenção pública irá abrandar progressivamente, devido ao desequilíbrio da sua vida familiar e agravamento do estado de saúde. Morre em 1978 na sequência "de uma agressão realizada em circunstâncias nunca perfeitamente esclarecidas".

Em 1990 foram realizadas exposições retrospetivas da sua obra no Centro Arte Moderna, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, e na Fundação de Serralves, Porto.

Apesar de a carreira de Areal não ter sido muito longa – pouco mais de duas décadas –, a sua obra é rica e diversificada, estabelecendo, a nível plástico e teórico, um diálogo particularmente lúcido e produtivo com a arte do seu tempo. Não poderemos inscrevê-la num movimento específico, mas é possível "ligar o seu percurso ao desenvolvimento de correntes artísticas internacionais bem determinadas e explicar as suas atitudes em função dos condicionalismos do meio nacional"; é particularmente relevante, desde o início, a sua ligação ao universo surrealista e encontraremos, "em todas as suas fases, exemplos das derivações ou ultrapassagens dos pressupostos imagéticos e principalmente metodológicos do surrealismo histórico" .

Na fase inicial esta relação é manifesta em obras como Homenagem a Fernão Mendes Pinto, onde a paisagem, desolada e fantasmática, é omnipresente. Nestes espaços abertos desabitados, "pontuados de escarpas descarnadas e agressivas, transfigurados por sombras", "o tempo é um tempo para além da história, simultaneamente passado e futuro, como se vivêssemos as ruinas de um tempo de ficção".

No início da década de 1960 vê-lo-emos aproximar-se das tendências gestuais, francesas ou norte-americanas, "mas a recusa da pura abstração fê-lo retomar, ainda na primeira metade de 60, um cruzamento de soluções figurativas e abstratas nacionalmente conotado com a «nova figuração» e internacionalmente ligado a movimentos que têm componentes neo-dada, como sejam a Pop Art anglo-saxónica e o «Nouveau realisme» francês" . É dentro deste quadro de referências que irão desenvolver-se as fases posteriores da sua obra.

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